Depoimentos das alunas da Escola de Teatro Gomes Campos sobre a Intervenção: UM Olhar para a Cidadania


Raina Costa: 1° MODULO TEATRO

Luz e escuridão

Míseros minutos, na escuridão eu estive, ali, sentada, de olhos vendados se sentindo atada. Espera, espera tudo, ouve tudo, tudo ao mesmo tempo. Desespera com o escuro, com o escudo que se impôs, ali sentada, de olhos fechados, na escuridão, no meio do caos. Presa... Coopera... Sente. No sentido de sentir, de se deixar esvair por outros meios, sem rodeios, surgem novos cheiros, novos sons, distintas vozes, amistosos toques. 
Enxerguei de olhos fechados, me vi, não era mais escuridão, era somente outro tipo de luz, vi de outro jeito, outro efeito sentiu o espaço, as pessoas, senti sem os olhos de forma crua, nua, sem os enfeites da luz. 

E nessa vida de caminhos erráticos, não somos todos cegos de algum jeito? A passear os olhos apressados, sem ver direito, ficando preso na superfície brilhante das cores, sem o sentir de cada coisa? Ter os passos seguros e sem medo frente a escuridão. Afinal o que é ser cego?













LÉIA LIMA SOARES :1° MODULO TEATRO

Participar da dinâmica realizada na sexta, foi uma oportunidade de experiência como é viver sem a visão, um dos sentidos fundamentais do corpo. Inicialmente fiquei bastante inquieta e com vontade de retirar a venda dos olhos. Quando alguém falava, sentia dificuldade em entender por não estar associado a visão e até mesmo duvidava se estava identificando corretamente a voz dos meus amigos presentes.
         Acredito que seria importante para muitas pessoas vivenciarem tal experiência para que sejam sensibilizados quantos as dificuldades e limitações que passam as pessoas deficientes visuais que necessitam de acompanhamento e de todo um aparato adequado nas cidades para que possa auxiliá-las no cotidiano e facilitar a condução nas ruas da cidade.
         Além disso, é preciso que todos reconheçam a importância de políticas públicas direcionadas não apenas para deficientes visuais, mas também auditivos, cadeirantes, dentre outros grupos tratados com invisibilidade na sociedade, mas que em muito contribuem com talento e força de vontade, tal como foi possível ver nos relatos orais dos participantes deficientes visuais durante a dinâmica.



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